Brasileiro conhecido como 'Cowboy de Rondônia' é preso nos EUA por situação migratória irregular e aguarda decisão judicial

21/07/2025 - 12:41 hs

A intensificação das políticas migratórias nos Estados Unidos tem afetado diretamente a comunidade brasileira. Um dos casos mais recentes envolve Adewalter Machesky, conhecido como “Cowboy de Rondônia”, preso por agentes do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega) em uma fazenda localizada em Framingham, Massachusetts.

Natural de Ouro Preto do Oeste (RO), Adewalter reside há mais de uma década nos Estados Unidos, onde se tornou conhecido entre os brasileiros pela atuação como produtor rural e por sua participação em eventos sertanejos como berranteiro e locutor. Ele também lançou três DVDs e dois CDs.

A prisão ocorreu no último mês, no Dia dos Pais nos EUA (15 de junho), quando Adewalter retornava do trabalho rural. Segundo a esposa, Marineuza Majesky, ele foi abordado e detido por estar em situação migratória irregular. A Justiça norte-americana autorizou a liberação mediante pagamento de fiança de US$ 20 mil, mas o Departamento de Homeland Security recorreu, exigindo nova análise do caso. A decisão sobre a revogação da fiança deve ser divulgada nos próximos 30 dias.

Marineuza e a filha de 15 anos permanecem cuidando da fazenda arrendada, onde a família cultiva milho, jiló e outros vegetais voltados ao consumo da comunidade brasileira. Elas aguardam o desfecho do processo para que o “Cowboy de Rondônia” possa retomar suas atividades.

A defesa, conduzida pelo advogado Adam Elman, afirmou que o brasileiro se enquadra nos critérios do processo conhecido como Cancellation of Removal, que pode garantir o direito à residência legal permanente. De acordo com o defensor, o histórico de permanência prolongada no país e o fato de ter filhos norte-americanos são fatores que favorecem a regularização migratória.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que acompanha o caso e está à disposição da família para prestar assistência consular. Boatos sobre uma possível acusação de maus-tratos a animais foram negados por Marineuza, que esclareceu que o caso foi arquivado pela Justiça americana após retratação da denunciante.