Rondônia vive neste momento uma das piores enchentes
dos últimos anos. Mais de 2.700 famílias já foram atingidas, comunidades
submersas, cidades como Guajará-Mirim e Nova Mamoré continuam praticamente
isoladas, ambulâncias sendo transportadas em caminhões prancha, aulas suspensas
em Santa Luzia do Oeste, e milhares de rondonienses tentando sobreviver em cima
de lonas, colchões encharcados e fome.
E no meio de todo esse caos, o comandante-geral do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Rondônia, que também é o coordenador da
Defesa Civil, simplesmente deixou o Estado.
O coronel Nivaldo Azevedo saiu do país entre os dias 5 e 15 de abril, com o desastre acontecendo em tempo real, para participar de uma tal “feira internacional de segurança” em Indianápolis, nos Estados Unidos. Isso mesmo. Enquanto o povo pedia socorro, o chefe da Defesa Civil estava fora, com tudo pago, aprendendo sabe-se lá o quê.
Para agravar a situação, o subcomandante, que deveria assumir o comando durante a ausência, também entrou de férias. Quem ficou no comando da corporação? A própria esposa do comandante, coronel Daniela Cristina, atual chefe do Estado-Maior do Corpo de Bombeiros de Rondônia. Ela havia acabado de retornar da Suíça, onde participou da chamada “Semana de Redes Humanitárias”, em Genebra.
A comitiva foi formada também pelo corregedor da corporação e pela namorada do chefe de gabinete, uma sargento que atua no setor de informática. Nenhum técnico da Defesa Civil foi incluído nas “missões humanitárias”.
Desde 2022, missões internacionais do alto comando dos Bombeiros se repetem anualmente, quase sempre envolvendo os mesmos nomes e os mesmos vínculos: esposa, gabinete, setor financeiro, corregedoria e relações pessoais. Genebra, Orlando, Indianápolis. Sempre destinos caros. Sempre sem transparência. E tudo isso com o aval do governador Marcos Rocha.
Documentos oficiais comprovam: passagens autorizadas, diárias pagas, portarias publicadas. O custo? Mais de R$ 300 mil em diárias, estimados R$ 63 mil em passagens aéreas, somando mais de R$ 363 mil em dinheiro público. Apenas o casal Nivaldo e Daniela Cristina recebeu R$ 190 mil em diárias — R$ 110 mil somente em viagens internacionais.
Enquanto isso, famílias seguem desabrigadas. Crianças dormem no chão. Ambulâncias enfrentam trechos intransitáveis sendo rebocadas em caminhões prancha. E a cúpula da corporação que deveria estar na linha de frente, está do outro lado do oceano.
Nenhuma dessas viagens aparece nas redes sociais oficiais do Corpo de Bombeiros. Nenhum relatório técnico, nenhuma prestação de contas detalhada divulgada. Só passagens, diárias, hotel e silêncio.
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