Relator da CPI, Renan Calheiros pede prisão de Wajngarten; presidente da comissão nega

Por Estadão 12/05/2021 - 20:48 hs
Foto: Gabriela Biló/Estadão
Relator da CPI, Renan Calheiros pede prisão de Wajngarten; presidente da comissão nega
Wajngarten se esquivou de responder aos questionamentos dos senadores em depoimento na CPI da Covid

BRASÍLIA – Em uma sessão tensa e marcada por bate-boca e confusão, o relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), chegou a pedir a prisão do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten, que depôs nesta quarta-feira, 12, na comissão.

Wajngarten se esquivou de responder aos questionamentos dos senadores e apresentou contradições com o que disse em entrevista à revista Veja no final de abril.

Renan pediu a prisão do ex-chefe da Secom após Wajngarten negar que autorizou a veiculação da campanha “O Brasil Não Pode Parar”. Renan, então, mostrou as postagens oficiais feita pelo governo. “O espetáculo de mentira é algo que não vai se repetir e não pode servir de precedente”, disse Renan.

No entanto, após o pedido de prisão, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que, no que depender dele, Wajngarten não sairia preso ao fim da sessão. “Eu não vou ser carcereiro de ninguém.” Aziz afirmou que não quer que a CPI seja um tribunal que “ouve e condena”. Para ele, é possível fazer o pedido de prisão de Wajngarten posteriormente.

Em abril deste ano, o governo federal lançou a campanha publicitária chamada “O Brasil não pode parar” para defender a flexibilização do isolamento social. No Instagram, uma publicação feita no perfil do governo federal dizia que “no mundo todo, são raros os casos de vítimas fatais do coronavírus entre jovens e adultos”.

“A quase totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco, com todo cuidado, carinho e respeito. Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade”.

Após repercussão negativa e até ações judiciais, o governo apagou as publicações.