Biden diz que transição já começou, apesar de Trump tentar travar processo

Por PODER 360 11/11/2020 - 08:36 hs

Biden diz que transição já começou, apesar de Trump tentar travar processo
Joe Biden foi declarado presidente eleito dos Estados Unidos pelas empresas de comunicação do país

O democrata Joe Biden disse nessa 3ª feira (10.nov.2020) que sua equipe já iniciou o processo necessário para que ele esteja pronto para assumir a Presidência dos Estados Unidos em janeiro do ano que vem. Disse que a transição ocorrerá mesmo com a recusa da GSA (General Services Administration) em autorizar oficialmente o processo. “Nada vai interromper isso”, afirmou.

O democrata foi declarado presidente eleito dos Estados Unidos pelas principais empresas de comunicação do país, no sábado (7.nov). O resultado, no entanto, ainda não foi certificado uma vez que alguns Estados passam por recontagem.

O atual presidente norte-americano, Donald Trump, não reconheceu a derrota e exige investigações de supostas fraudes eleitorais. O republicano quer esticar a guerra judicial por 30 dias ou mais.

Por causa da posição defendida por Trump, a GSA não assinou a carta necessária para que a equipe de Biden tenha acesso a dados e documentos do governo norte-americano. O time do democrata também não pode entrar em prédios federais nem receber recursos financeiros destinados ao treinamento da equipe de transição.

O fato de que eles não querem reconhecer nossa vitória neste ponto não é algo que traga muita consequência ao nosso planejamento”, disse Biden.

É tradição nos Estados Unidos haver uma conversa na Casa Branca entre o atual e o futuro presidente ao fim de cada ciclo eleitoral. Em 2016, Barack Obama recebeu Donald Trump no Salão Oval durante o período de transição. Até o momento, não há nenhum sinal de que o republicano vá convidar Biden.

Ao ser indagado sobre sua expectativa para esse encontro, o democrata disse apenas: “Estou ansioso para a nossa conversa”.

Biden falou sobre os telefonemas que têm recebido de líderes mundiais. “Estou dizendo a eles que os EUA estão de volta”, disse. “As boas-vindas que recebemos pelo mundo de nossos aliados e amigos têm sido reais. E eu me sinto confiante em recolocar os EUA em 1 local de respeito, como era antes”.

A vitória de Biden foi reconhecida por líderes como Emmanuel Macron (França), Boris Johnson (Reino Unido), Alberto Fernández (Argentina), Angela Merkel (Alemanha) e Benjamin Netanyahu (Israel). O presidente Jair Bolsonaro ainda não se manifestou.

Assim que foi declarado vencedor, Biden elencou as prioridades de seu governo: pandemia, crise econômica, clima e igualdade racial. Nessa 3ª feira (10.nov), ele detalhou os planos para a saúde.

Ao lado da vice-presidente eleita, Kamala Harris, Biden defendeu o Obamacare –programa criado na gestão de Obama para pessoas que não podem pagar por 1 plano de saúde. “Para muitos norte-americanos, isso é uma questão de vida e morte, literalmente“, falou.

Se a Suprema Corte concordar com os opositores da lei, a decisão pode levar embora o acesso à saúde de 20 milhões de norte-americanos”, falou Kamala. A Suprema Corte dos EUA está avaliando uma ação que pede o fim do programa. O processo é movido por Estados governados por integrantes do Partido Republicano.

TRUMP SUBSTITUI OFICIAIS DA DEFESA

Enquanto aguarda o fim da recontagem e o julgamento de suas ações na Justiça, Trump promove mudanças em postos ocupados por civis no Departamento de Defesa. O republicano está nomeando pessoas que considera leais a ele. 

As trocas foram anunciadas depois de Trump demitir Mark Esper do cargo de secretário de Defesa. Esper foi substituído por Cristopher Miller, que atuava como diretor do Centro Nacional de Combate ao Terrorismo. Segundo a CNNa Casa Branca quer agora se livrar de nomes que assessoravam o ex-secretário.

A emissora afirma que o chefe de gabinete de Esper e oficiais que comandavam a supervisão da política e dos trabalhos de inteligência foram demitidos ou renunciaram.

Entre os substitutos está o general Anthony Tata. O militar dissemina teorias da conspiração e já chamou o ex-presidente Barack Obama de “terrorista”. Ele entra no lugar de James Anderson.

Kash Patel deve ocupar o lugar de chefe de gabinete de Christopher Miller. Patel foi 1 dos citados durante o inquérito de impeachment que Trump enfrentou em 2019. O nome dele foi mencionado na investigação de suposto atraso intencional de ajuda militar dos Estados Unidos para a Ucrânia. O governo Trump teria usado a tática para forçar a Ucrânia a investigar Hunter Biden, filho de Joe Biden.

Ezra Cohen-Watnick assume interinamente o cargo de secretário de Defesa para Inteligência e Segurança. Ele ficou conhecido em março de 2017 ao ser acusado de ter fornecido materiais de inteligência ao deputado republicano Devin Nunes.